Eventos Feministas


29 julho 2010

GIRL POWER !!!

Lilith, Spice Girl,Joana Dark, Mulheres-Bunda e o Sagrado Feminino.




 GIRL POWER!!!
Esse foi o slogan usado pelo grupo de sucesso Spice Girls nos anos 90. Foi utilizado como uma identidade das garotas no começo de suas carreiras, e elas se tornaram conhecidas por muitos como "Girl Power" (Poder feminino).
 Em 2007 com o lançamento do novo single do grupo, marcando como sua volta após 10 anos, Headlines ( Friendship Never Ends) os fãs disseram que a musica não fez tanto sucesso porque faltava o "girl power". A canção não atingiu o número um, chegando apenas no número dois nas paradas da Inglaterra.
 Não desmerecendo o "poder" que estas mulheres tiveram...afinal de contas, elas foram o modelo de toda uma geração de meninas, e meninos, até. Mas é difícil não se questionar sobre o que (de verdade) permitiu a elas alcançar notoriedade.Talento? Talvez...mas com certeza, não foi só por isto...
 E O que vem a ser o tão propagado poder feminino? 
Para entender melhor "essa história", torna-se necessário que eu comente sobre o SAGRADO FEMININO.

O SAGRADO FEMININO
Tudo começou com Adão e Eva...e... 
O mito de criação comum a judeus e cristãos nos conta que Jeová-Deus criou o primeiro homem, Adão, e de uma costela sua moldou a primeira mulher a quem chamou de Eva. 
  Pelo pecado original, o de ter comido do fruto da Árvore do Conhecimento, Eva e todas as mulheres posteriores a ela deveriam pagar por sua insubordinação(sofrendo dores no parto, inclusive).
  Hoje já se sabe que esse mito é posterior, pois em Gêneses 1:27 temos a intrigante passagem:
“E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
  Por essa frase temos o registro - mesmo que posteriormente sendo ocultada do mito da criação - da presença de Lilith, essa sim a primeira mulher criada por Jeová-Deus, não de uma costela, mas sim do mesmo barro que Adão.Isso nos dá uma idéia de igualdade entre os sexos?
 Lilith é muito conhecida na tradição judaica - nada mais justo, já que o Antigo Testamento da Bíblia e a Torah são textos quase idênticos - e, segundo a tradição, ela não submeteu-se à dominação masculina, fugindo do Paraíso.
 A corrente mais aceita diz que Lilith foi varrida do Antigo Testamento pelos patriarcas por sua presença forte que não deixava dúvidas de que seu papel na Criação era tão importante quanto ao de seu consorte. 
 Lilith-Fêmea é sem sombra de dúvidas uma das representações mais antigas do Sagrado Feminino e que mesmo sofrendo a censura dos escribas hebreus conseguiu sobreviver a tradição escrita e oral na forma de um íncubus, um demônio feminino.
  O Patriarcado nos legou a imagem da mulher como o mal que sempre espreita ; Lilith e Eva são os dois lados de uma moeda, juntas representam o Sagrado Feminino perseguido e subjugado. Enquanto uma assume inteiramente o papel de um demônio, a outra tornou-se o mal por ter levado o homem a pecar. Em todas as mulheres reside metade Lilith, metade Eva.
 De uma forma generalizada, a submissão feminina leva ao domínio masculino. Domínio de idéias, pensamentos, comandos
 Com o tempo, a vontade e a opinião feminina ficam em segundo plano. A mulher não é ouvida, e aceita passivamente - ou não tenta sequer lutar - pelo seu direito de igualdade. 
 Parte desta culpa tem uma base teológica: as três maiores religiões monoteístas - catolicismo, judaísmo e o islamismo - pregavam a submissão da mulher, cada qual do seu jeito.
 Mas é  fácil falar da passividade feminina e culpar a religião. Difícil mesmo é ser Joana D'Arc, liderar os franceses contra os ingleses e depois da vitória... ser considerada uma bruxa e morrer queimada por isso.
 A mulher sempre teve importância na História. Ela está ali, mas  sempre alguém a descreve com falhas.

Voltando às SPICE GIRLS...
  Todo o latifúndio de “mulheres-bunda” que aparecem nas capas de revistas, como se estivessem livres da opressão dos machos, rende uma falsa idéia de “poder feminino”. 
 Paris Hilton, Beyonce, Lady Gaga, Fergie, “mulheres fruta” e as supermodel’s tém sido apresentadas as adolescentes como símbolo de mulheres pós-feministas, sexualmente seguras e independentes, capazes de consagrar o fim da opressão de gênero. 
  Minha preocupação  é de qual será o real “poder destas mulheres” e suas graves conseqüências sociais?
 Segundo Stendhal, “a beleza não é senão a promessa da felicidade”, que no capitalismo significa independência econômica.   
 Por mais que não queiram enxergar, o que é concedido a tais mulheres é o cargo de colaboracionistas do machismo.
  Colocadas como objeto no mercado sexual masculino, as “Power Girl’s” não exercem nenhum poder real sobre "os homens reais" (a alta burguesia branca), a não ser o “poder” da mercadoria.
  Vendem caro o preço de seus corpos e ganham a possibilidade de negociar o tamanho das calcinhas nas "cenas de ficção" ,nas danças de simulação sexual, mas sua independência econômica será determinada pela quantidade de desejo que podem despertar naqueles homens incapazes pagar pelo seu corpo, e pela quantidade de garotas que possam influenciar nos comportamentos. 
 Se estes não podem pagam pelo corpo delas, ao menos pagam pelos produtos que vinculam a imagem destas. 
  O pior é que os mesmos absurdos machistas ocorrem com essas "divas".Ou seriam deusas pagãs?
  Já que quando estas são deslocadas do altar de musas sexuais e colocadas ao lado de homens com as mesmas possibilidades econômicas que elas, acabam por retornar à terrível condição de mulher, desprovida de qualquer super-poder de independência frente aos machos.
 O exemplo mais recente é o caso da cantora Rihanna que foi espancada pelo cantor e namorado Cris Brown, como se fosse uma simples dona de casa sububana.
Para pensar...
 Poder, meninas!
Um abraço!

2 Leitor@s:

Aline Rojas disse...

Natacha, parabéns pela originalidade do seu BLOG!

Adorei.... Você escreve muito bem e nos faz refletir sobre nós mesmas, nossopoder feminino...

Nós mulheres temos mesmo que nos valorizar e mostra o nosso verdadeiro poder de sedução, sem precisar aparecer seminua rebolando ou se auto intitular uma fruta.

Mas sim sermos nós mesmas, e mesmo q talvez não sejamos uma diva de capa de revista, mostrar o nosso ponto forte: a inteligência. Acredito que essa é a qualidade que mais nos deixa bela a cada dia.

Bjos =D

Estou te seguindo ;D Bjs

http://realnovirtual.blogspot.com/

http://souferrofundido.blogspot.com/ disse...

Aline, obrigada pelo comentário e pelo elogio. Acredito que precisamos interrogar as convemções que se estabelecem, para, se necessário, tentar mudá-las!
Abraço...tô seguindo....