Eventos Feministas


03 agosto 2010

A Contemplação da Carne



 O feminismo costuma ser assunto bastante controverso. Seu discurso – intelectual, filosófico e político – tende a despertar as mais diversas reações, tanto em homens quanto em mulheres. 


 Há aqueles que o julgam justo, outros que o acham desnecessário e, há ainda, os que acreditam ser um movimento extremado. Eu, particularmente, sou a favor do movimento em sua essência: igualdade de direitos e liberdade de padrões opressores de gênero.


 E independente das opiniões divergentes  e das críticas que possam surgir, o feminismo é uma forte corrente de mudança social.Entre as principais conquistas do feminismo no Ocidente estão: o direito de voto, o crescimento de oportunidades de trabalho e salários mais próximos aos dos homens, o direito ao divórcio e o controle sobre as questões do corpo (uso de preservativos, aborto, etc). 

  Virginia Woolf, renomada escritora britânica, era uma das defensoras do feminismo. Em seu livro “Um teto todo seu” (que estou lendo neste momento), a autora disserta sobre as dificuldades femininas na ficção ao longo do século. 

  Para ela, se tivesse existido uma irmã de Shakespeare, provida de seu mesmo talento, ela, certamente, seria uma mulher infeliz e sem qualquer êxito literário, pois seria analfabeta, desprovida de voz na sociedade e só lhe caberia as tarefas domésticas e a subordinação.

 Para Virginia o quadro só começou a se reverter quando a mulher conquistou o direito à renda e um teto todo seu, significando um espaço físico e metafórico para sua expressão.
Virgínia Woolf
 Bem, a julgar por hoje, podemos dizer que a mulher possui um teto todo seu, no sentido mais amplo que isso possa significar. Mas o que tem sido feito com esse espaço?

 Acredito que o ponto mais questionável sobre essa questão tange exatamente ao último item das conquistas feministas: o controle sobre o corpo.
 Não no que se refere às questões de saúde, mas as questões de exposição e respeito ao próprio corpo.

 Se no passado as feministas, como Virginia, reivindicaram o fim da submissão e o direito ao respeito masculino, hoje muitas mulheres parecem fazer pouco caso diante destas conquistas.

 O corpo feminino nunca foi tão desrespeitado, exposto e objetificado como hoje. 

 Nesse ponto posso citar as mulheres frutas,as capas mensais da Playboy, e, um exemplo polêmico, que vou me arriscar a citar, Geisy Arruda.

 Geisy Arruda, no mega divulgado caso da Uniban, é, para mim, um exemplo do desrespeito a conquista feminina, no que se refere ao corpo. Cabe frisar que não sou a favor das barbáries ofensas direcionada a ela no episódio, ao contrário, o evento foi uma mostra de ausência de civilidade.
Porém, Geisy, assim como muitas, parece conceber o controle sobre o corpo como uma questão de “posso mostrá-lo o quanto quiser”. Poder...pode mesmo, e isso não pode ser privado, mas deve?

 Longe de mim me passar por pudica e hiper conservadora, embora seja um pouquinho,mas o corpo feminino foi banalizado. Sua exposição excessiva é prova do mau uso das conquistas feministas.
  
 Se as feministas tanto lutaram contra a submissão...pois bem, mulheres, o corpo como objeto também é uma forma de submissão.

 Um exemplo clássico é a pornografia, todo material é destinado ao público masculino. E não me convencem dizer que é arte, as mulheres que estampam as revistas e filmes do gênero adulto são contempladas como carnes, como objetos a serviço dos desejos masculinos.





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Os 6 preconceitos mais comuns sobre as mulheres (maitena)




Abraço!

5 Leitor@s:

Luiz Scalercio disse...

bellissimo texto
gostei muito.
muito sucesso
pra vc ta.

LAÍS. disse...

Oie natacha tudo bom? Vi que vc está seguindo meu blog. poxa mto obrigada! abri o seu para dar uma espiadinha e gostei mto, sao temas "fortes" vou ler sempre que puder..

Um beijao e boa quarta! ;*

serenico disse...

Eu também concordo com o feminismo, desde que que seja mesmo querer direitos iguais ao dos homens (o que é justíssimo) mas existem mulheres que rejeitam as mesmas obrigações.
Conheço muitas mulheres que só são "feministas" quando convém.
Por ex, na hora de fazer o mesmo trabalho que um homem, tudo bem; mas na hora de pagar a conta é obrigação só dele?
Ora, então qual é?
Enfim, ótimo texto.

Vou seguir você
Um beijo!
http://serenico.blogspot.com/

Magnólia Barbosa disse...

Muito bom seu post, Natasha!
É isso aí, não queremos mais do que merecemos. Não há nada pior do que mentes limitadas, seja de homem ou seja mulher.

Já tô seguindo, demorou!
Visite e, se quiser, siga meu outro blog (uma espécie de lado b do it up!)
www.desfabulacoes.blogspot.com

Beijo

Alane Reis disse...

Seus posts arrancam de mim, comentários tão enormes que parecem outro post, vou tentar não ser muito prolixa.
O feiminismo realmente é um assunto polêmico, já ouvi muita gente dizer por aí, que isso de mulher ser igual a homem é coisa de sapatão, rsrsrs, já me estressei muito com esses comentários, hoje apenas acho que engraçado, eu acho engraçado como tanta gente ainda acredita que a mulher tem que ser submissa ao marido nas decisões da casa por exemplo, acho engraçado a falta de reconhecimento da maioria das pessoas de ante dessas mulheres que deram a vida em prol de que que eu ou você pudessemos votar, ou simplismente sentar num bar e beber só com amigas, a qualquer hora do dia (ou da noite) sem que nos chamem de puta, acho engraçado e interessante muitas meninas das classes mais baixas daqui de Salvador (Ba), elas desprezam completamente a existência do feiminismo, saem nas festas de pagode, vestidas a carater (o mínino de tecido possível) e vão dançar melodias que carregam letras do tipo "ela, ela, ela é uma cadela" ou "pancadinha, ela gosta de tomar pancadinha", mas ao mesmo tempo "pintam e bordam" e no entanto vão pra cima e agridem fisicamente mesmo um cara que ousar tocar a mão nelas... Froidiano isso. E a última obervação vai para a pornografia, o mercado cultural sujo, voltado extremamente ao sexo másculino, que usa de corpos feimininos como objetos, e insitam a violência sexual, física e moral das mulheres. Exagero? O que é que você me diz de uma mulher que está andando na rua, um cara atraz dela, enconsta-a na parece e começa a agarrá-la, no início ela retruca, depois começa a gritar "fuck me, fuck me", garanto que tem muito marmajo por aí que vai achar que com qualquer uma é assim facin. Um beijo