Até que
ponto a gravidez precoce é uma responsabilidade das mulheres?
Atualmente, a sociedade atribui a faixa de 12 aos 20 anos a atividade escolar e a preparação profissional, em um contexto de dependência econômico-familiar.
Inscreve-se nas entrelinhas a norma de que é preciso terminar os estudos, ter melhor trabalho e melhor salário, para então estabelecer uma relação amorosa duradoura.
De que as responsabilidades pelos/as filhos/as, além de ser atribuída à idade adulta, fica restrita ao âmbito da família, especialmente às mulheres.
E chama a atenção, no entanto,o aumento de percentual de partos em adolescentes de 10 a 14 anos,e este fenômeno de natureza social faz pensar quais motivos levam uma menina, nos primeiros anos da adolescência, a engravidar?
Que associação pode existir entre violência intra familiar, violência de gênero,desinformação, baixa escolaridade,situação de pobreza,baixa-estima e gravidez em idade precoce?
Que associação pode existir entre violência intra familiar, violência de gênero,desinformação, baixa escolaridade,situação de pobreza,baixa-estima e gravidez em idade precoce?
Existe o desejo de engravidar nessa fase da vida ou isso é uma ocorrência?
O que tem a dizer o parceiro da menina que engravidou? Qual é o espaço de expressão e importância que o adolescente masculino ocupa dentro da questão da paternidade?
A ideia de que os homens, via de regra, não se interessam por questões relativas à sexualidade e à reprodução e de que o planejamento familiar e o cuidado dos filhos são atribuições e responsabilidades exclusivas das mulheres está embasada numa visão machista e sexista, que impede às mulheres e aos homens o pleno exercício de seus direitos sexuais e direitos reprodutivos, face às limitações impostas por padrões culturais inscritos em práticas preconceituosas.
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Em nossa sociedade, a experiência da paternidade na adolescência parece não interessar às instituições que, direta ou indiretamente, lidam com a população juvenil.
A (falta de)literatura sobre paternidade na adolescência revela a necessidade de ações voltadas para esses adolescentes que se tornam pais, a fim de que possam ser efetivamente considerados sujeitos de direitos e deveres em nossa sociedade.
É notório que a gravidez na adolescência reflete dificuldades da seguinte ordem: medos, insegurança, desespero,desorientação, solidão,principalmente na descoberta da gravidez.
À respeito da contracepção,as mulheres parecem ser as únicas responsáveis também.O que justifica o pouco esforço dos homens no sentido de se verem como elementos partícipes na contracepção, o pouco empenho no uso de algum tipo de método?
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Quanto ao aborto...uma entre dez mulheres hospitalizadas para corrigir abortos malsucedidos tem menos de 20 anos de idade. O aborto representou 16% das mortes maternas de mulheres de 15 a 24 anos nas regiões mais pobres do país.
Quanto à doenças sexualmente transmissíveis, em especial a AIDS, entre os jovens contaminados, cerca de 1/3 tinha entre 15 e 17 anos e 2/3, 18 ou 19 anos. A maior causa de contaminação entre os jovens de sexo masculino vem sendo o uso de drogas injetáveis (43% entre os homens jovens e 3% entre as jovens mulheres).No caso das mulheres jovens, a principal causa tem sido as relações heterossexuais, sendo que cerca de 72% das jovens HIV positivas vivem na Região Sudeste do país.
Diante desta realidade,não é certo atribuir toda a responsabilidade da sexualidade e suas consequências apenas às mulheres.
1 Leitor@s:
Esse problema da atribuição de responsabilidades a mulher não acontece só na adolescente grávida mas também na mãe desta adolescente que segundo a sociedade machista, é quem deveria ter orientado melhor a filha. A grande questão é: Onde se encaixa o pai desta jovem? Se os adultos/pais/responsáveis dessa nossa época onde tudo acontece precocemente não foram capazes de orientar melhor seus filhos em relação a sexo/drogas/doenças/gravidez como será então a próxima geração.
M.
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